Sou Rodrigo Monteiro, aluno do curso de letras no Instituto Multidisciplinar, morador da Baixada Fluminense, negro e, até o presente momento, única pessoa da família inteira que entrou numa universidade. Moro, atualmente, com minha mãe e meu irmão mais novo. Enquanto graduando, sou amante de literatura afro-brasileira. E estou iniciando uma pesquisa, orientado por minha professora Fernanda Felisberto, sobre masculinidade negra. Faço essa pesquisa, incentivado pelo fato de que existem dois processos com relação à identidade, no Brasil: o de embranquecimento e o de empoderamento racial. Diante disso, reconhecer-me negro, para minha família, foi um choque. Para mim, libertação. Tenho, portanto, o desejo de seguir pesquisas em mestrado e doutorado dentro desse recorte racial com uma especificação sobre a mobilidade social na Baixada Fluminense. Este projeto, para mim, é um divisor de águas; pois está me conectando com outras linguagens e me mostrando outras possibilidades de perceber o mundo no qual estou inserido.